Contudo, com a difusão de formatos e aparelhos de TV de alta resolução (HD, ou High Definition), uma espécie de segunda vinda dos DVDs surge no horizonte: trata-se dos aparatos e mídias que utilizam uma raio laser de cor azul-violeta, empregando um comprimento de onda de 405 nm, o que garantiria a possibilidade de gravar até 50 gigabytes de dados em discos de camada dupla. Essa capacidade de armazenamento, imensamente superior àquela dos DVDs atuais, possibilitará a gravação de filmes complexos em altíssima resolução, com imagem e som de qualidade cinematográfica; ou o armazenamento de toda a produção fílmica, restaurada, de um Dreyer ou Hitchcock em um ou dois discos. Além disso, os discos no novo formato trarão novas formas de interatividade, inclusive com o emprego de linguagens de programação bem mais sofisticadas – Java e Extensible Markup Language (XML) – para a autoração de conteúdo, algo que vai muito além da simplória forma de criação de conteúdo nos DVDs atuais, com seus botões fixos e menus em loop. Mas, como em casos passados do estabelecimento de outros padrões na indústria audiovisual, há uma disputa feroz em torno de duas “abordagens” para as mídias/equipamentos que utilizem o “raio azul”: o Blu-Ray Disc (proposto pela Sony, reúne empresas de vanguarda no setor tecnológico, como Apple Computer e HP, além dos estúdios Disney, Twentieth Century Fox e Warner) e o HD DVD (promovido pela Toshiba, Nec e Sanyo, tendo o apoio das poderosas Microsoft e Intel, e de estúdios como Paramount e Universal, além da Warner, que aparentemente apóia os dois formatos). As diferenças são basicamente entre capacidade de armazenamento (um Blu-Ray Disc de camada simples teria 25 gigabytes, enquanto um disco semelhante no formato HD DVD teria 15 gigabytes), mas a guerra de padrões está apenas começando, uma vez que os principais adversários (Sony de um lado e Toshiba de outro) já anunciam para breve o lançamento dos primeiros tocadores e gravadores utilizando esses formatos. Vários filmes também foram anunciados, indicando que a briga será longa.
Correndo por fora está o Enhanced Versatile Disc ou EVD, lançado pelo governo chinês em 2003, como forma de driblar os custos de utilização das tecnologias de codificação e proteção de dados usuais em DVDs (como Macrovision e MPEG-2). O EVD, como os outros mencionados formatos de nova geração aceitam formatos HD. Isso ocorre graças à ferramenta de codificação utilizada, chamada VP6 da On2 Technologies, mais barata e eficaz que aquela empregada em DVDs. Embora a oferta de filmes lançados nesse formato seja quase nula – quatro apenas, incluindo Herói e Clã das Adagas Voadoras – a opção chinesa abre caminho para soluções locais, mais baratas, como o Forward Versatile Disc (FVD), comercializado em Taiwan.
Links:
http://www.bluraydisc.com/
http://www.hddvdprg.com/
http://www.microsoft.com/windows/windowsmedia/musicandvideo/hddvd/default.aspx