sábado, janeiro 30, 2010

Hysteria

Uma das intervenções de Matt Colinshaw (foto de Phil Hale).

Uma singela, mas fascinante, exposição acabou de ser apresentada no Freud Museum, em Londres: Hysteria, de Matt Collishaw. Compunha-se de alguns objetos que criavam sutis efeitos no próprio ambiente em que Freud analisava suas pacientes histéricas. Brinquedos óticos “tomados” de histeria estabeleciam interações imaginárias com os fantasmas do passado: um espelho parecendo refletir a fumaça do charuto de Freud em fantasmáticas circunvoluções azuladas; um cilindro distorcendo em anamorfose a famosa imagem da aula em que Jean Martin Charcot (1825-1893) segura uma paciente histérica desmaiando em seus braços; três toca-discos em forma de raízes liberando cantos de pássaros diante do famoso divã freudiano; um zoetrópio enfeitando o quarto de Anna Freud (que investigava o desenvolvimento da agressividade e da perversão sexual na infância), mostrando uma tribo de garotinhos tornando-se violentos quando animados, passando a bater histericamente em ninhos de pássaros. Uma forma inteligente e divertida de intervenção da arte no espaço de um museu de limitadas possibilidades de atrair as novas gerações da sociedade histérica, que “aposentou” o velho Sigmund Freud com todo tipo de estimulantes e calmantes químicos.

Luiz Nazario