A Toshiba decidiu abandonar o formato HD DVD após perder o apoio de importantes estúdios de cinema, como a Warner Bros., controlada pela Time Warner, e de grandes grupos de varejo norte-americanos, como o Wal-Mart, o Best Buy e o grupo de locação online Netflix, que optaram pela tecnologia Blu-Ray, desenvolvida pela rival Sony. No mercado nacional já foram lançados alguns títulos pouco expressivos em Blu-Ray, e os que já provaram a novidade consideraram a imagem em Blu-Ray espetacular, muito superior à imagem em DVD. Contudo, a necessidade de um novo e caro aparelho (ao custo de R$ 4.000,00); as escassas ofertas de títulos (apenas treze no site da 2001 Vídeo); e o preço elevado do disco (R$ 99,00 cada um) sugerem que o Blu-Ray não substituirá o DVD (um mercado que movimenta US$ 24 bilhões anuais, e cujo disco sai, nas liquidações, por até R$ 11,00) nem em duas décadas, quando uma geração de discos ópticos ainda melhor que o Blu-Ray será naturalmente oferecida ao mercado. A vitória do Blu-Ray sobre o HD DVD significaria então não “o fim do risco de se optar por um equivalente do padrão Betamax no século XXI – tecnologia da Sony para videocassetes que foi derrotada pelo sistema VHS [da JVC] nos anos de 1980”, como imaginam os especialistas [1], mas talvez isso mesmo: a vitória de Pirro de uma Betamax sobre outra (cuja imagem também era superior à do VHS) no mercado robusto do DVD – o VHS do século XXI, que pode muito bem esperar mais duas décadas pelo seu novo DVD...
[1] REUTERS. Toshiba abandona HD DVD e põe fim à guerra de formatos, Terra Tecnologia, 19 fev. 2008.
Luiz Nazario